OLHOU, PENSOU, ME POUPE

Aprendi a bloquear os olhares reprovadores como uma atitude de autoafirmação.

Para além da forma que me visto, as críticas vieram com maior frequência depois que tomei mais confiança de dizer o que pensava. Descobri que confiança assusta, mas confiança feminina ameaça.

São frases depreciativas, incomodadas, sempre ditas indiretamente e de maneira despretensiosa. Mas 'porquê do incômodo?' eu me pergunto.

São desafios diários que nós, mulheres, temos que enfrentar para continuar sendo quem somos, nos vestindo como gostamos, falando da altura que queremos, expressando o que pensamos, usando o batom que nos cai bem.

Quando eu não substituo a roupa, não abaixo a voz, não paro de defender minhas opiniões e não arranco à força meu batom escuro, estou cometendo muito mais do que um ato de rebeldia, estou defendendo o direito inalienável à liberdade de ser eu mesma.