Eu me lembro

Existe um aplicativo chamado Timehop que serve pra mostrar as recordações- no estilo Facebook- das postagens feitas em cada rede social há um ano. Instalei e o usei durante dois meses, mas depois resolvi excluí-lo. Não era necessário.
Sei que dia 01 vai fazer um ano da vez que resolvi seguir meu coração e tomar uma decisão arriscada que à longo prazo me geraria muito conflito. Situações pelas quais, no fim das contas, eu acabei percebendo que precisava ter enfrentado pra conseguir crescer. Lembro da camiseta amarelo ovo, da ação repentina, do meu conjuntinho estampado com âncoras e lemes, do meu anel perdido, dos tremores nas minhas mãos e de ter passado a tarde daquele dia sentada num banco perto dos bebedouros, lendo um livro de capa rosa.
Sei também que dia 08 completará um ano da morte da avó da minha amiga. Era o Dia da Mulher e eu tinha acabado de escrever um textinho feminista quando soube. Lembro de não ter dormido a noite e de acordar cedo no outro dia porque precisava ir à Maringá e passar o dia na biblioteca, pesquisando. Enquanto lia sobre a Evita, pensava na minha avó e me sentia estranha por estar ali enquanto uma pessoa que eu gosto tanto passava por aquele momento horrível. Lembro de chegar em casa, tomar banho e vestir minha saia longa estampada e minha blusinha nude de alcinhas. Lembro de voltar arrasada do velório e de ajoelhar perto de um puff, encostar a cabeça nele e só acordar com minha tia me chamando.
A verdade é que exclui o aplicativo porque descobri que, independente da existência dele, as recordações mais marcantes e significativas (boas ou tristes, prazerosas e doloridas) continuam guardadas dentro de mim mesma.

Resultado de imagem para se não fossem as minhas malas cheias de memórias

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