...
Sentirei saudades da poltrona velha na janela, no quarto lugar à direita do busão. Ela nunca se ajeitou nem foi confortável de verdade, mas me ouviu como ninguém.
Como  se quisesse esconder meu choro, hoje o ônibus fez mais barulho que o normal, as luzes queimadas em cima da minha cabeça me ocultaram numa bolha escura na quase madrugada de sábado, e o vento da janela aberta e emperrada me fizeram acreditar, por milésimos de segundos, que tudo poderia ficar bem um dia. Agradeci pela compreensão.
Ela me conheceu em 2014, assistiu minhas mudanças, presenciou meus melhores dias, acompanhou meu amadurecimento, estava li quando eu comecei a murchar, e em nenhum momento sequer duvidou da minha sinceridade, nem quando disse que, apesar dos pesares, ainda era eu mesma.
Nós dividimos momentos, segredos, planos mal sucedidos, dúvidas, alegrias passageiras, perfumes e amontoados de ilusões, e hoje eu sei que ela me conhece.
 Com você e só com você, compartilho o meu medo do dia de amanhã, as minhas estratégias para ser forte e o real motivo das minhas crises. Sentirei saudades de você, poltrona!

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