O intruso

O amor nos torna covardes. Ponto.
Quando ele chega (atrevido como sempre), entra e coloca o pé no sofá, nós sabemos quem ele é, mesmo quando há resistência para aceitá-lo e recebê-lo.
Com o tempo, a gente se dá conta de tudo o que está em jogo, e acaba dando um passo pra trás.
Dois,
três,
dezenas deles
Porque sentir é perigoso e dolorido, e estamos cientes disso.
Quando percebemos o amor bem ali, na nossa porta, lembramos das outras vezes que, ingênuos, deixamos entrar uma visita desconhecida (vestida com roupas parecidas com as usadas pelo indivíduo atual) e ela nos roubou, decepcionou, provocou o choro e nos levou ao fundo do poço.
É por causa dessas experiências fracassadas que optamos pela segurança e o comodismo ao invés de nos atirarmos no precipício que é se permitir sentir e viver esse sentimento. É por tanto medo e excesso de cuidado que, em plena BR lotada, pisamos no freio e diminuímos radicalmente a velocidade até que, enfim, um caminhão de carga nos esmaga e nos ensina que era melhor ter acelerado desde o princípio.

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