À dor dos recomeços

Eu encadernei todas as minhas apostilas, de 2014 à 2017, respeitando a ordem dos textos. Terminei isso na terça-feira, dois dias antes da colação de grau. Eu fechei esse ciclo e foi, talvez, a coisa mais dolorida que já fiz na minha vida.
Foi difícil pq deixei pra trás mais do que uma salinha pequena- mas aconchegante- e professores totalmente generosos. Tive que deixar pra trás pessoas que eu amo; deixei perfumes e gostos; deixei pra trás as minhas micro histórias, apesar da História ainda ser minha guia.
Quando eu joguei o capelo pro alto, eu senti a primeira lágrima descer (a qual se transformou em várias quando a Anny me abraçou). Lembrei que foi esse o lugar que me viu crescer, um pouquinho a cada dia; que me viu chorar em outras ocasiões, por diferentes motivos; que me viu colocar o meu coração em todas as coisinhas que eu fazia e em todas as pessoas que eu abraçava.
Foi ali, naquele gramado- que por muitas vezes me pareceu infinito e lindo demais para ser real- que eu aprendi que eu não era aquilo que sempre pensei ser. Foi naquela faculdade que eu percebi que são os erros e as diferenças que ensinam pra valer; e que reparei que conseguia ser mais forte, mesmo quando tudo parecia desabar ao meu redor. 
Foi naquela grama, durante a noite e em meio ao vento, enquanto meu coração de gelo, à revelia do clima, derretia aos poucos, é que eu descobri, pela primeira vez na minha vida que, como as outras pessoas, eu também conseguia amar de verdade. 


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