...a César o que é de César

A maioria das pessoas acredita que o mundo lhes deve algo. Eu também penso isso em muitas ocasiões e, às vezes, até sento de forma presunçosa e espero que a vida traga o que é meu por direito. Mas será mesmo que eu tenho direito a algo?
Há três dias eu quase repeti o erro costumeiro e meti os pés pelas mãos, estragando tudo. Chorei virada pra parede enquanto ele se agoniava, tentando entender o que estava acontecendo. Mesmo no escuro, consegui enxergar olhos desesperados e uma mão esfregando a testa que se envermelhava.
Tudo é muito especial, leve, verdadeiro e sereno e, por isso mesmo, estou arregando e fugindo do que parece ser bom demais pra mim. Justamente por meu termômetro de merecimento (aquele que eu mesma criei) marcar um número irrisório, é que me espantei quando esse presente chegou no meu endereço, sem mais nem menos.
Agora não sei se faço justiça, opto pela abnegação e informo a entrega errada, ou decido aceitá-la, percebendo assim, de uma vez por todas, que apesar de não merecer, esse presente, por erro ou acerto do destino, caiu bem nas minhas mãos- e nos meus braços.

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